Cargueiro será resgatado em operação inédita

Pela primeira vez, no Porto de São Sebastião, será realizada operação de resgate,  realizada pelo navio Xin Guang Hua tipo Heavy Load Carrier, de bandeira chinesa, por escolha estratégica da empresa que enviou o submersível para resgatar outra embarcação de grande porte, o Chppol Taihu, também de bandeira chinesa. O Chppol, de 188m de comprimento por 28 de largura, sofreu avarias na casa de máquinas, no Porto do Rio Grande, RS e não tem mais propulsão. Por isso, está vindo para São Sebastião à reboque de três embarcações numa operação marítima realizada pela Wilson Sons.

O submersível  Xin Guang Hua, que realizará o resgate, tem 10 anos de atividades, 255m de comprimento por 68 de largura, capacidade para 100 mil toneladas  e foi construído pela chinesa Guangzhou Shipyard International Company.

A embarcação irá submergir 27 metros, em determinado ponto do canal que possui 34 metros de profundidade. Na costa mundial, poucos são os locais, onde se pode executar este tipo de resgate, que só ocorre em águas profundas, e em áreas abrigadas e protegidas, como o canal de São Sebastião.

No canal de Toque-Toque, em águas profundas e abrigadas na barra norte, altura da Praia do Arrastão, o navio irá iniciar sua operação de resgate às 5h da manhã, nesta quarta-feira (20), iniciando seu processo de lastreamento ao atingir a profundidade de 26 + 80 metros. Nesse momento iniciará a manobra de carregamento do navio avariado para cima do deck do navio submersível, por volta das 8h (empurrado pelos rebocadores e puxado por cabos). Após essa manobra o submersível iniciará seu retorno a ponto de navegação, o que deve ocorrer, às 13h.

Em continuidade começam os procedimentos de peação (fixação da carga nos porões, ou conveses da embarcação, visando evitar sua avaria pelo balanço do mar) e arrumação da carga para que possa navegar em direção à China, com maior segurança. Serão três dias de procedimentos, por equipe especializada contratada para esse fim. É a segunda vez que esse tipo de operação ocorre nas águas de São Sebastião, mas é a primeira vez que acontece para o resgate de um navio.

Segundo Felipe Santana, Diretor de Assuntos Portuários da Prefeitura de São Sebastião, um navio submersível esteve no município em 2014, com o Projeto Off-Shore BCR-3, apelidado como “Projeto Boião”. “Eram equipamentos de apoio à prospecção de petróleo da bacia de Santos, na região da Ilhabela. O equipamento foi atracado, recebido e equipado no porto de São Sebastião, num total de quatro dias de operações”, disse Santana. Ainda segundo Santana, a Prefeitura participou da reunião de ajustes técnicos e recebeu o convite da Diretoria de Portos para acompanhar a operação.

“O Porto de São Sebastião é um porto de águas profundas e isso fortalece a imagem da cidade, por suas qualidades naturais. É considerado o terceiro melhor do mundo nessas condições. A importância desta operação de resgate para o município se dá pela visibilidade da operação no mundo da navegação”, finalizou Santana.