Prefeitura envia representantes da aldeia indígena Ribeirão Silveiras para Feira Agroecológica de Cunha
Representantes da aldeia indígena Ribeirão Silveiras, em Boracéia, Costa Sul de São Sebastião, foram enviados pela Prefeitura para participarem da VI Feira de Troas de Sementes Crioulas e Mudas de Cunha.
A ação aconteceu no último dia 15, organizada pela pela Associação de Cultura e Educação Ambiental (Serracima) e pelo Grupo de Agricultores Familiares Agroecológicos de Cunha (Gafac) e contou com a participação da Secretaria de Meio Ambiente de São Sebastião (Semam) que apoiou a participação dos índios locais.
De acordo com a bióloga Cintia Castro de Freitas, chefe de Divisão de Agricultura e Abastecimento da pasta, o convite para o evento partiu do técnico Silas Barrozo, da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN). “Conseguimos contribuir com o transporte, uma Sprinter da Secretaria Municipal de Educação que conduziu dez representantes da aldeia acompanhados do cacique Adolfo Timóteo, que também puderam transportar mudas de palmito e artesanato indígena para exposição e venda”, observou.
Sob o tema “Agroecologia, alimentos e saúde” na forma de uma roda de conversas, a feira eira contou com apresentação de capoeira, danças e músicas regionais (como a apresentada pelos índios da Reserva local), além de uma programação especial para crianças que facilitou a participação dos pais. “A participação dos índios sebastianenses no evento foi uma experiência muito benéfica, pois contribui na construção de experiências locais e regionais mais solidárias e colaborativas, fortalecendo as comunidades envolvidas no processo de transição agroecológica. De acordo com o cacique Adolfo, o grupo gostou muito de participar, pode trocar muitas experiências e trouxe de volta para a tribo novos conhecimentos”, comentou a bióloga da Semam.
Participaram da feira as cidades de Lagoinha, Silveiras, Pindamonhangaba, São José dos Campos, Paraibuna, São Luiz do Paraitinga, Paraty e Cunha e São Sebastião.
Eventos anteriores
No ano passado, mais de 300 participantes trocaram quase 200 quilos de sementes e 600 mudas de 300 variedades de espécies vegetais. Ao mesmo tempo, aconteceram muitas trocas de experiências inovadoras e de histórias de resistência da agricultura tradicional. “A importância da troca e resgate de sementes crioulas e mudas fortalece a resistência no campo e o movimento de transição agroecológica, garantindo a soberania alimentar das famílias dos agricultores, a redução do uso de insumos externos, a geração de renda no campo e o aumento da agrobiodiversidade, além de contribuir significativamente com a segurança alimentar da população do município”, destacou Cintia.
De acordo com informações dos organizadores, a feira tem a finalidade de promover o conhecimento tradicional, geração de renda, cuidado com o meio ambiente e segurança alimentar. Ela traz empreendimentos comunitários, criando ambientes para a geração de trabalho e renda. Com pequenos recursos se consegue garantir a manutenção anual da festa, que compartilha sementes, conhecimentos e esperanças. O almoço aos participantes é gratuito em parceria com restaurante local e, à tarde, é servido um café da roça, com o incentivo do uso de canecas trazidas pelos participantes, evitando, assim, o consumo de copos descartáveis. O propósito é juntar forças, conectar territórios e iniciativas ao desenvolvimento local sustentável, que promovam direitos, respeito aos seres vivos, ao ambiente e às relações sociais.
Em 2014, a proposta do evento foi debater os impactos do sistema de produção agrícola na saúde, bem como apresentar caminhos concretos para a garantia de uma produção livre de venenos e outros insumos químicos, diversificada, que valoriza os recursos locais e hábitos culturais desenvolvidos por famílias agricultoras em transição agroecológica.
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