Nesse dia em que comemoramos   381 anos da emancipação político-administrativa da nossa cidade, o
Jornal O Bandeirante, que também comemora o seu primeiro ano digital, homenageia a Irmã Maria Geralda Resende, que escolheu nos acompanhar numa jornada de muito trabalho e luta para alcançar o bem social. Dedicada e carismática, ela nos ajudou a vencer preconceitos e a amar o próximo de maneira incondicional.

Irmã Maria Geralda Nasceu em Resende Costa, MG, em 23 de novembro de 1939, filha mais velha de Vera e Alcindo, ela professora e ele escrivão da Coletoria Federal, ambos católicos praticantes. Aos seis anos fez sua primeira comunhão e neste dia descobriu um Jesus que nunca a abandonaria.
Fez o primário no Grupo Escolar Assis Resende e em 1958 terminou o Curso Normal em Barbacena.
Em abril deste mesmo ano, uma amiga a convidou para acompanhá-la ao Instituto Bom Pastor para fazer uma entrevista porque pretendia de ser religiosa. Nesse dia, quando ela entrou na capela do Instituto,  não esperava o que iria acontecer na sua vida. No momento em que rezava, uma forte emoção tomou conta do seu coração e uma voz interior lhe dizia que ali era o seu lugar. Era ali que Jesus a queria. Começou a chorar muito e o padre Bartolomeu Poli, que  atendeu sua amiga, perguntou assustado, o que estava acontecendo. Maria Geralda respondeu, firme como sempre foi,  que seria religiosa daquela congregação que ela nem mesmo conhecia. O padre pediu a ela que voltasse num outro dia, mas tudo já estava definido.
A partir daquele momento a sua vida mudou totalmente e em 15 de agosto de 1961 fez sua profissão religiosa. Escolheu trabalhar para dar alento aos pobres e marginalizados.
Irmã Maria Geralda Resende, foi no seu tempo, uma menina feliz que aos 18 anos despertou para a vida religiosa e
escolheu seguir com muita devoção os passos de Santa Maria Eufrásia de Pellitier, fundadora da  instituição religiosa que ampara mulheres, homens e jovens em situação de risco e de abandono social. A Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, fundada por Santa Eufrásia,foi aprovada pelo Papa Gregório XVI, em 16 de janeiro de 1835. A Congregação tem suas origens na Ordem de Nossa Senhora da Caridade, fundada por São João Eudes, em 1641.

Nos seus 56 anos de vida consagrada, Irmã Maria Geralda auxiliou inúmeras instituições de assistência social no Brasil inteiro e foi nos cárceres femininos, como no Carandiru e na Penitenciária de Tremembé, onde atuou como evangelizadora e educadora , que encontrou o seu sentido de vida.
Veio para São Sebastião em 1979 e na sua companhia trouxe a Irma Célia Dornelas para assumir a Casa de Santana,
primeira instituição de acolhimento para mulheres em situação de risco e prostituição.
Foi um trabalho difícil em razão do preconceito da sociedade muito conservadora,  mas com o apoio de empresas locais  e a participação concreta da AAMS, Associação de Amparo ‘a Mulher Sebastianense, foi possível desenvolver o projeto que
incluía assistência social, educação, saúde e formação profissional para as mulheres que passavam pela casa.
Hoje Irmã Geralda oferece a todos nós sebastianenses o seu carisma inconfundível e sua dedicação aos pobres e
marginalizados.
Precursora de um trabalho reconhecido, Irmã Maria Geralda conseguiu firmar convênios com escolas locais e com a Prefeitura Municipal, através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano, atendendo centenas de pessoas nas casas que foram fundadas sob a sua orientação, a exemplo de sua inspiradora, Santa Eufrásia.

Hoje nossa querida Irmã Maria Geralda e seus voluntários se unem para ajudar  pessoas em risco social. São homens e mulheres que passam ou vivem em São Sebastião e que através da Associação de Amparo à Mulher Sebastianense  e do Centro Comunitário Santa Maria Eufrásia, recebem amparo e orientação para enfrentar seus problemas. O espaço disponibiliza roupas, banheiros e alimento para as pessoas em situação de rua. Mulheres que sofrem agressão e aquelas que vivem em prostituição também são atendidas e contam com o apoio da Pastoral da Mulher.

O projeto da Irmã Maria Geralda é servir e resgatar vidas. E nós, sebastianenses, temos muito que agradecer porque sua presença entre nós é uma dádiva de Deus.