Pescadores de São Sebastião e Ilhabela fazem manifesto em frente à Polícia Ambiental
Com o objetivo de conscientizar a população e autoridades constituídas sobre a necessidade de serem respeitados como trabalhadores e produtores de pescado, centenas de pescadores de São Sebastião e Ilhabela e suas famílias, estarão reunidos em manifestação pacífica, amanhã, dia 7, em frente ao prédio da Polícia Ambiental, situado em São Francisco, distrito da cidade de São Sebastião.
A concentração vai contar com a presença de pescadores artesanais da região e terá início a partir das 6 horas da manhã quando serão colocadas, através de cartazes e panfletos, solicitações de mudanças nas leis e humanização nas abordagens de policiais da Polícia Ambiental do Estado de São Paulo que há anos vem humilhando e prejudicando a categoria dentro do seu espaço de trabalho porque estão restritos à leis antigas e mal regulamentadas, na sua maioria, relacionadas a crimes ambientais.
Para os pescadores artesanais, responsáveis pela colocação do pescado saudável no prato dos moradores e frequentadores do litoral paulista, um dos mais importantes pedidos é a revogação de portarias, decretos e normativas que não se alinham com a realidade local nem com a pesca realizada nos mais diversos espaços marinhos do Estado de São Paulo.
Segundo o pescador da Costa Sul de São Sebastião, Antônio Fernandes, numa manifestação deste nível, o que os pescadores desejam é chamar a atenção da sociedade e mostrar para os políticos e governos as propostas da classe, conscientizando e buscando a simpatia e a atenção da comunidade.
As atividades pesqueiras não se limitam apenas a buscar o peixe no mar, mas a tratá-lo através de práticas tradicionais como faz a pescadora de São Francisco e proprietária da salga Peixe de Varal, Angélica Souza, que vem se dedicando a colocar no mercado esta iguaria típica da nossa região. Segundo Angélica, a luta pelo território e os pedidos de alteração das legislações que prejudicam o trabalhador do setor pesqueiro artesanal, são antigas e os pescadores passaram muito tempo isolados. Para ela, esta é a hora dos pescadores serem ouvidos e de todos se acertarem buscando melhores condições de vida para aqueles que tem o mar como sua ferramenta de trabalho.
Na pauta das reivindicações, constam cinco itens. A garantia do uso do território pesqueiro nas várias modalidades da pesca artesanal junto ao zoneamento e plano de manejo da APA, Área de Proteção Ambiental em definição pelo governo do Estado de São Paulo através da Fundação Florestal, regulamentação e fomento da atividade pesqueira, regularização da frota paulista, revogação de leis que não condizem com a realidade da pesca na região e moratória até que o governo regularize a atividade pesqueira em São Paulo.
As manifestações de pescadores de Caraguatatuba também acontecem em Ubatuba, no Saco da Ribeira onde foi lançado um manifesto em que os pescadores afirmam que é preciso dar prioridade ao emprego e renda e que a sustentabilidade tem que atender as necessidades da população.
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