Quem passou pelo cruzamento da avenida Guarda Mor Lobo Viana com a Mansuetto Pierotti na última quarta-feira à tarde ficou sensibilizado com jovens simulando acidentados carregando cruzes com as iniciais de 21 pessoas que morreram em 2015 vítimas de acidentes de trânsito em São Sebastião. A simulação fez parte da ação de panfletagem promovida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Litoral Norte com apoio da Prefeitura e Corpo de Bombeiros e a empresa Queiroz Galvão.

Sensibilizar as pessoas e conscientizá-las para um comportamento mais seguro no trânsito foi o objetivo da ação integrando o movimento internacional Maio Amarelo que visa a redução de acidentes no mundo. O Brasil aparece em quinto lugar entre os países recordistas em mortes no trânsito. Em São Sebastião, a situação é preocupante conforme explicou o coordenador geral do Samu no Litoral Norte, André Luis Silva Leandro.

“Hoje, temos uma marca média per capita para cada 10 mil habitantes de 2,56 acima da média nacional que é de 2,37. Nossos estudos mostraram que a maior incidência de mortes é na baixa temporada, nos períodos de feriados prolongados, chegando a 24% em outubro, em 2015. Nessa época, não temos o apoio do Governo do Estado na parte da segurança e fiscalização como ocorre na Operação Verão”. O fato comprova, segundo André Leandro, que “o aumento da fiscalização pode não reduzir o número de acidentes, mas inibe as mortes. O que falta é conscientização da população e fiscalização”, que são essenciais para diminuir o número de vitimas fatais e os próprios acidentes de trânsito, frisou o coordenador do Samu.

O secretário de Administrações Regionais (Seadre), Sérgio Félix que participou da simulação na avenida, frisou a importância do movimento Maio Amarelo e a iniciativa do Samu. “É uma satisfação poder participar dessa ação que visa prevenir acidentes. A pessoa pega o volante e acha que pode tudo e o pedestre também abusa. Muitos não dão a devida importância para o trabalho, mas ele deve ser valorizado”.

Enquanto a ação acontecia, vários ciclistas foram flagrados atravessando a faixa de pedestre de forma irregular e algumas pessoas também ate desrespeitaram as orientações do Samu ao atravessar a rua. Porém, a grande maioria, inclusive motoristas, elogiaram a iniciativa e chegaram a ficar chocados com as imagens das cruzes representando o numero de mortos na cidade. Para Rafael Silveira, 15 anos, um dos jovens voluntários da simulação de acidentados, foi uma experiência importante. “É muito bom poder ajudar as pessoas a ver que é preciso evitar as mortes no trânsito”. Para ele, a desatenção e o uso de bebida são os principais fatores que provocam os acidentes.

O coordenador do Samu, André Leandro, abriu o ciclo de palestras no Observatório Ambiental (Rua da Praia), a partir das 19 horas, que foi tomado por alunos da Faculdade São Sebastião (FASS), do Centro Paula Souza, ETEC São Sebastião, e da Escola Técnica de Saúde (ETS). Ele apresentou os indicadores nacionais, falou sobre a prevenção e cuidados essenciais e mostrou vários vídeos e fotos de acidentes e vítimas, muitas com imagens fortes como publicidades de países europeus que procuram alertar de uma forma mais direta as pessoas

“Equipamentos de segurança no trânsito e segurança na cena do acidente” foi o tema abordado pelo Sargento Adriano Silva, do Corpo de Bombeiros de São Sebastião que explicou a necessidade do uso do cinto de segurança na redução de acidentes fatais. Ele frisou a importância do cinto traseiro pois o peso do passageiro se multiplica ao ser arremessado em um acidente com mais probabilidade de morrer, além da segurança para as com o uso do bebê conforto. de um a quatro anos que precisam do bebê conforto. “ Todos os menores de 10 anos devem ficar no banco traseiro com os devidos equipamentos de segurança”, frisou o sargento que também ressaltou o perigo ao dirigir embriagado.

O tema direção defensiva foi abordado pelo funcionário da Divisão de Trânsito (Ditraf) da Secretaria de Segurança Urbana (Segur), Claudio Ruiz, responsável pelo programa Educação no Trânsito. Para ele, três fatores são fundamentais para provocar acidentes: falta de educação, velocidade e adversidades. Além disso, imperícia, negligência e imprudência resultam sempre em tragédias, explicou.

Coordenadora da humanização do Hospital de Clínicas de São Sebastião, a psicóloga Elizabeth dos Santos, falou sobre a necessidade de conter os ímpetos, principalmente quando jovem, e a ansiedade pois, ao dirigir, é preciso ter percepção, foco e audição. Outro fator importante é evitar o uso de celular ao volante. Segundo ela, “o grande problema do ser humano é querer ultrapassar os limites. Não temos disciplina. Precisamos conter a impulsividade e trabalhar as emoções”. Fonte PMSS- Foto Rosangela Falato